quinta-feira, dezembro 29, 2005

Bom Ano de 2006


Daqui de Paus, cuja igeja se encontra mais bonita, pois as paredes exteriores foram recentemente caiadas, desejo a todos os Resendenses um Feliz 2006.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Memórias dos meus Natais em Paus

Passei os meus primeiros onze anos de vida (nasci em 1950) num registo totalmente diferente do que hoje se passa. Sem estradas, telefones, luz eléctrica, rádio, televisão e, claro, sem água canalizada e saneamento básico. A pobreza (ou melhor, a miséria) era generalizada. A dependência dos pequenos e médios proprietários rurais era quase total. Muitas famílias sobreviviam, endividando-se. A minha, apesar de tudo, podia considerar-se priveligiada, pois o meu pai era "artista", a minha mãe ganhava algum dinheiro com o comércio de ovos, sendo ainda donos de dois pequenos soitos e duas pequenas courelas.
O Natal desse tempo era antecipado pela montagem do presépio na igreja pelas catequistas, em que as crianças colaboravam. Era com uma alegria contagiante que procurávamos e transportávamos o musgo, que iria dar corpo à magia que pouco a pouco se ia revelando. No final, ficava estupefacto perante a maravilha encantatória: a gruta, o menino com os pais, o burrinho, a vaquinha, os pastores, as ovelhinhas, os reis magos, as estrelas, o lago com os patinhos...
A tarde do dia 24 descia calma. Ainda hoje tenho a sensação que as pessoas andavam mais satisfeitas. E tenho a impressão que o fumo saía das casas com mais intensidade.
O meu pai não trabalhava ou terminava o trabalho mais cedo. E trazia figos secos e pinhões que jogava connosco, enquanto a minha mãe fazia as "fatias paridas" e cozinhava as batatas com bacalhau e troncha. Depois do jantar, íamos à missa do galo, finda a qual, já em casa, nos agurdava uma açorda (feita com os restos do bacalhau e troncha), "fatias paridas" e vinho quente.
No dia 25, havia uma refeição melhorada, sem sopa, como na consoada, o que era motivo de grande contentamento.
No Natal desse tempo, não havia pai-natal, árvores de natal nem prendas. Sendo assim, por que é que recordamos com saudade os Natais da nossa infância? Talvez, porque reconhecemos ter sido presenteados com a dádiva do possível, vinda da família, da catequese e da escola, geradora, apesar de tudo, de um ambiente propício ao fantástico.

domingo, dezembro 25, 2005

Votos de um Santo Natal

" Se considero o triste abatimento
Em que me faz jazer minha desgraça,
A desesperação me despedaça,
No mesmo instante, o frágil sofrimento.

Mas súbito me diz o pensamenro,
Para aplacar-me a dor que me traspaça,
Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
Teve num vil presepe o nascimento.

Vejo na palha o Redentor chorando,
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores
A milagrosa estrela os reis guiando.

Vejo-O morrer depois, ó pecadores,
Por nós, e fecho os olhos, adorando
Os castigos do Céu como favores."

Manuel Maria Barbosa du Bocage
(Setúbal, 1765-1805)

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Tributo ao Sr. P. Dr. Joaquim Correia Duarte

Na sequência da publicação do mais recente livro, o romance Uma Carta Que Chegou Tarde Demais - O Drama de Um Bom Padre, desejo tecer algumas considerações sobre o seu autor, P. Dr. Joaquim Correia Duarte:
1. Resende tem para com ele uma dívida de gratidão pelas monografias já publicadas, cuja importância é incalculável para a memória, história e fortalecimento da identidade do nosso concelho, não esquecendo também o pioneirismo dos seus roteiros e guias;
2. Sob um outro prisma, as gentes de Paus não esquecem a sua dedicação pastoral e a sua acção em prol do desenvolvimento da freguesia, em múltiplas áreas.
O que tem feito impõe-se por si mesmo.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Início do Inverno

Contemplação, no primeiro dia de Inverno, de castanheiros, que ajudei a plantar na Mó (Paus), com a estrada serpenteada na altura inexistente.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Algumas notas sobre o "Drama de Um Bom Padre"


O primeiro romance da autoria do P. Dr. Joaquim Correia Duarte, que li com muito interesse e prazer, suscita-me, numa primeira reflexão, os seguintes comentários e opiniões:
1. É uma história bem urdida que retrata as origens, as vivências e os percursos dos padres das aldeias das décadas de 50 e 60 do século passado: filhos de pais pobres, colocados em aldeias isoladas e com poucas condições, comprometidos na fé, solidários com os problemas e dramas das pessoas e frequentemente expostos à maledicência;
2. As alterações ocorridas no percurso do P. Alfredo são condicionadas, quase todas, por questões afectivas e de solidão, ou seja, motivadas pelo "gineceu";
3. A personagem principal, o P. Alfredo, é caracterizada como um sacerdote que claramente opta pelos pobres e pelos mais fracos, nas paróquias da então Metrópole, e pela defesa dos soldados e das vítimas da guerra, em Moçambique como capelão, em contraste com a posição maioritária e "oficial" da hierarquia portuguesa desse tempo;
4. Do romance perpassa uma imagem humanizada do padre, com muitas qualidades e algumas fraquezas, nunca guindado à qualidade de herói;
5. Os seminários são frequentados por crianças e jovens como os outros, com se depreende das muitas histórias e episódios, aliás muito divertidos, e que prendem o leitor;
6. Há uma preocupação pelo rigor, o que leva o seu autor a utilizar falas e expressões de acordo com os diversos contextos;
7. O enredo e a(s) história(s) têm verosimilhança.

domingo, dezembro 18, 2005

Incursão do P. Dr. Joaquim Correia Duarte pelo romance

O P. Dr. Joaquim Correia Duarte tem-se distinguido, na área das letras, sobretudo pelo notável e laborioso trabalho de investigação histórica sobre o concelho de Resende. A sua obra, como produto cultural, irá permitir perpetuar a memória do concelho e dar mais consistência e riqueza à sua identidade.

Agora estreia-se na escrita de ficção com o romance Uma Carta Que Chegou Tarde Demais - O Drama de Um Bom Padre, que "... pretende retratar a figura do pároco das aldeias portuguesas, numa época de muitas carências e dificuldades no país e de grandes esperanças na Igreja Católica: as décadas de 50 e 60 do século passado. Nas vésperas do último Concílio", como se escreve na contra-capa.
O livro tem 335 páginas, apresentando uma Carta de Apresentação de J. F. Bouça Pires (pároco e monsenhor) e um Prelúdio de António Correia (advogado e escritor).
Os lucros da venda destinam-se à Santa Casa da Misericórdia de Resende. Este livro, também por este motivo, poderá constituir uma excelente prenda de Natal.

A sua aquisição poderá ser feita junto da Santa Casa da Misericórdia de Resende- 4660 Resende, cujo telef. e fax é 254 877 434/254 870 189 e e-mail: geral@scmr.pt

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Visita de Miguel Torga, em 1953, à Torre da Lagariça e locais envolventes

No seguimento do comentário de ontem, e para ilustrar as possibilidades que podem ser exponenciadas pelo roteiro queirosiano, transcreve-se o registo efectuado por Miguel Torga aquando da visita à Torre da Lagariça.
"Torre da Lagariça, freguesia de S. Cipriano, Resende, 30 de Setembro de 1953 - Ainda bem que vim a este desterro tirar a prova real às minhas conclusões de ontem(1).
Aqui o cenário natural corresponde inteiramente ao literário de A Ilustre Casa de Ramires. Desde o título da obra, tirado do nome da pequena povoação que fica em frente, à famigerada torre, sólida e carrancuda diante de mim, a Craquede, que é o arruinado mosteiro de Cárquere a dois passos, a Oliveira, caiada e tangível lá em baixo, quanto no livro é susceptível de identificação pode ser identificado. E no entanto... Chega a parecer feiteçaria: temos tudo e falta o essencial. Ou melhor: os lugares e as coisas estão animados de uma vida que a auscultação física não confirma. Uma presença oculta por detrás da realidade fá-la pulsar, sem que ela na verdade se mova. E essa força secreta não é senão o génio do romancista. É Eça a cometer façanhas encarnado em Tructesinho e a contá-las na pele de Gonçalo. Por isso, para que o romance se encontre, é preciso sabê-lo primeiro, trazê-lo de memória, colar cada página a cada pormenor da paisagem, que só então fica palpitante e habitada."
1) Refere-se à visita a Santa Cruz do Douro/Tormes
Para se ser rigoroso, o primeiro parágrafo (qualificação de desterro) terá de ser enquadrado na idiossincrasia de Miguel Torga e na sua visão de inquietude e de pessimismo perante o mundo, havendo também de ser remontado à época.
No entanto, ainda hoje, para obviar a sensação de desconforto dos visitantes, convém criar condições de atractividade, desigadamente através de novas e melhores acessibilidades.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Roteiro de Eça de Queirós, factor de atracção para Resende e Baião

De acordo com notícias veiculadas pela imprensa, a Região de Turismo da Serra do Marão irá potenciar as possibilidades oferecidas pelo roteiro queirosiano, integrando nos seus programas e iniciativas Tormes numa aposta de turismo cultural, cujo beneficiário é o concelho de Baião.
Como é evidente, este roteiro terá de envolver também Resende, pelas suas ligações familiares e afectivas do escritor a este concelho e pelas suas raízes inspiradoras, bem patentes em algumas das suas obras, cujas "marcas" referenciadas são a Igreja/Mosteiro de Santa Maria de Cárquere (Mosteiro de Carquede), Casa da Torre da Lagariça, Penedo de S. João (vista para Tormes), Solar da Casa de Vila Pouca (Quinta de Sta. Olávia) e Feirão.
Caberá aos responsáveis, vizinhos das duas margens do Douro, articular-se, em benefício mútuo, para possibilitar o roteiro completo aos interessados e pessoas a motivar.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Ainda a exposição na casa de turismo


Até ao próximo dia 15, ainda pode ver e apreciar estes e outros quadros e artefactos, alguns com motivos da nossa terra, como o acima designado As Curvas do Douro (em Resende), direccionados para públicos diversificados, incluindo crianças.



segunda-feira, dezembro 12, 2005

Integração das pessoas com deficiência

Comemorou-se, no passado dia 3 de Dezembro, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Que se saiba, não houve qualquer iniciativa institucional, a nível local, a registar a data, com o objectivo de sensibilizar os cidadãos para a problemática da deficiência.
Convém recordar que a Câmara Municipal tem incluído as crianças/jovens com deficiência nas férias desportivas e em outras iniciativas, no quadro da colaboração com a estrutura local dos apoios educativos.
Embora o alcance e resultados das comemorações de datas e eventos sejam questionáveis, o que importa é ir fazendo todos os possíveis para alterar as mentalidades e atitudes de toda a população para que aceite as pessoas portadoras de deficiência como iguais no acesso aos direitos consignados para todos, nomeadamente o direito à educação, o direito à igualdade de oportunidades e o direito de participar na sociedade. Em todas as iniciativas e esferas de actividade, o contributo de todos, incluindo os portadores de deficiência, é fundamental.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Uma questão de civismo


A vila de Resende está cada vez mais bonita.
A vista sobre o Douro é esplendorosa.

Só é pena que surjam pelo concelho casos como este (numa das saídas entre o campo de futebol e a igreja de Anreade), que constituem nódoas na paisagem.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Café Sangens ainda em obras

O emblemático café Sangens ainda não terminou a remodelação iniciada em Outubro, o que tem causado alguma "perturbação" a quem se habituou a este poiso.
Este café é como uma estação de serviço, englobando valências de abastecimento, encontro, logoterapia, leitura de jornais e troca de informações.
Esperando que a remodelação integre um padrão de maior funcionalidade e suscite, assim, mais atractividade, aguardamos para breve a reabertura.

sábado, dezembro 03, 2005

"Relance" junto a S. Cristóvão

Esta foto, de 27.11.2005, foi tirada junto à capela de S. Cristóvão


Relance

"Altas serras felizes
Que o sol doira de luz logo à nascença.
Que o céu olha de cima
Com ternura extensa
Da eternidade.
Que o vento anima
De movimento
E a neve cobre de alvacento
Manto de augusta serenidade."

Miguel Torga

Este poema, enaltecendo as serranias de Montemuro, foi escrito por Miguel Torga, aqui bem perto, no Mezio, nas vésperas de Natal de 1976, quando se dirigia para S. Martinho de Anta.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Pequenas surpresas em Caldas de Aregos

Apetece dar sempre um passeio por Caldas de Aregos. Ir dar uma vista de olhos pelo remanso do rio; aquecer as mãos com água sulfurosa; andar a pé ao longo da avenida arborizada; ou tomar um café ou bebida no simpatico Caldas Bar.
E há sempre uma pequena surpresa, origem para conversas e alguma animação. Neste caso, foi a queda, ontem, de mais um poste de iluminação pública.
Não se trata de vandalismo. Basta um empurrão, um pequeno toque e zás!
Há cerca de dois anos, pude testemunhar o espanto de uma jovem senhora, quando lhe disseram que acabara de derrubar um poste com o carro, com um pequeno toque, numa manobra de marcha atrás. No carro, não ficara o mais pequeno sinal.

quarta-feira, novembro 30, 2005

A "Fraguinha" de Feirão

Ao passar no passado sábado em Feirão, fui transportado para tempos da minha infância. Era já jovem quando conheci esta freguesia, mas ainda criança conheci a "Fraguinha" de Feirão. Foi na época das castanhas, em tempo de frio. Tinha vestida uma capuchinha e aparentava ter cerca de 50 anos. Pareceu-me ser uma senhora muito simpática, correspondendo ao perfil compartilhado pela totalidade das pessoas. Lembro-me de ter cantado umas quadras e ter evocado algumas passagens da Bíblia. A minha mãe deu-lhe uma malga de sopa e uma esmola. A "Fraguinha" agradeceu com um Pai Nosso e rezou pelas almas do Purgatório.
Voltou mais vezes, sendo sempre recebida com muita simpatia. Era uma pedinte carismática, pela alegria que a todos contagiava. Apesar de atingida pela amargura da vida, não era uma pessoa sofrida. Constitui uma lição para a presente geração, muito centrada em si mesma, pouco tolerante nas contrariedades e pouco treinada para a recompensa diferida.
Como diria Eça de Queirós, o mal de muita gente é sofrer de fartura...

terça-feira, novembro 29, 2005

Exposição de pintura e artes decorativas da Dra, Fátima Leite

Encontra-se patente no espaço do posto de turismo de Resende, desde 26 de Novembro e até 15 de Dezembro, uma exposição muito diversificada e sobre motivos vários de pintura e artes decorativas da Dra. Fátima Leite. Fui hjoje visitá-la e gostei muito. Prometo revisitá-la. Os preços para possíveis interessados são acessíveis, indo desde a dezena e meia de euros até a algumas centenas.
Transcrevendo o desdobrável disponível, a Dra. Fátima Leite nasceu no Porto em 1952, residindo em Vila Nova de Gaia. Médica de profissão, está muito ligada ao Douro e a Resende, onde tem raízes familiares e onde se desloca com frequência. Dedica-se à pintura e artes decorativas desde 2003, tendo frequentado vários cursos, desde pintura em seda, "découpage", limo, pirogravura, pinturas em vidro, etc. Participou em múltiplas exposições.
É bom saber que resendenses ou gente com raízes em Resende se destacam nos seus talentos, criando cultura de qualidade.
Parabéns por esta iniciativa. A não perder.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Morte dramática de uma idosa na Panchorra

Uma mulher de 9o anos, que vivia sozinha, morreu, no passado sábado, num incêndio que deflagrou na sua casa, na Panchorra.
Infelizmente, numa sociedade envelhecida, cada vez se registam mais ocorrências deste teor. Estes acontecimentos devem interpelar os residentes e os responsáveis locais para que aos casos mais vulneráveis seja fornecido suporte adequado para fazer face a imprevistos.
É irónico que isto aconteça numa terra que sempre organizou a sua vida comunitária num espírito de interajuda. O exemplo mais significativo reside no costume de vigia. As ovelhas de todos os moradores eram(serão ainda hoje?) guardadas e levadas para os pastos à vez por dois vigieiros dia.

sábado, novembro 26, 2005

Feirão em "O Crime do Padre Amaro" de Eça de Queirós

Motivos da região de Resende inspiraram e estão presentes em vários romances de Eça de Queirós. É natural, pois o mesmo conhecia muito bem a nossa terra, pelas múltiplas visitas que cá efectuou na companhia do conde de Resende. A título de exemplo, o grande romancista elege Feirão como a primeira paróquia do jovem Padre Amaro, antes de ser tranferido, passado uns meses, para Leiria.
Vale apena transcrever o registo mais significativo:
Dois meses depois Amaro foi nomeado pároco de Feirão, na Gralheira, serra da Beira Alta. Esteve ali desde Outubro até ao fim das neves.
Feirão é uma paróquia pobre de pastores e naquela época quase desabitada. Amaro passou o tempo muito ocioso, ruminando o seu tédio à lareira, ouvindo fora o Inverno bramir na serra. Pela Primavera vagaram nos distritos de Santarém e de Leiria paróquias populosas, com boas côngruas. Amaro escreveu logo à irmã contando a sua pobreza em Feirão; ela mandou-lhe, com recomendações de economia, doze moedas para ir a Lisboa requerer. Amaro partiu imediatamente. Os ares lavados e vivos da serra tinham-lhe fortificado o sangue; voltava robusto, direito, simpático, com uma boa cor na pele trigueira."

Feirão é ainda referida mais algumas vezes, no início do romance, como sendo uma paróquia pobre e rural, mas com efeitos positivos na saúde do Padre Amaro.

Embora com poucos pastores e sem casas de colmo, será que Eça de Queirós ainda reconheceria Feirão, se ´"cá" voltasse?

quinta-feira, novembro 24, 2005

Tranquilidade em Resende

Ao invés do que se tem passado em concelhos vizinhos (Cinfães, Mesão Frio, Amarante e Marco de Canaveses), em que têm ocorrido vários roubos e assaltos, havendo até a registar e a lamentar uma morte violenta em Cinfães, Resende tem gozado de uma relativa tranquilidade, o que é positivo para quem cá vive e para quem nos visita.
Estes acontecimentos, contudo, devem servir para que, sem alarmismo e discretamente, as pessoas, em articulação com a GNR e outras entidades, tomem as medidas de precaução e de prevenção mais adequadas.

terça-feira, novembro 22, 2005

Para avivar a memória

Num tempo de desencanto e comodismo, em que muitos jovens nem chegam a recensear-se e em que importa enobrecer a opção pela vida política e participação cívica, é interessante recordar as restrições à capacidade eleitoral, imposta pelo chamado Estado Novo, através da Lei n.º 2015, de 28.05.1946.
Segundo a mesma, eram eleitores e, como tal recenseáveis:
"1.º Os cidadãos portugueses do sexo masculino, maiores ou emancipados, que saibam ler e escrever português;
2.º Os cidadãos portugueses do sexo masculino, maiores ou emancipados, que, embora não saibam ler e escrever, paguem ao Estado e corpos administrativos quantia não inferior a 100$oo por algum ou alguns dos seguintes impostos: contribuição industrial, contribuição predial, imposto profissional e imposto de capitais;
3.º Os cidadãos eleitores portugueses do sexo feminino, maiores ou emancipados com as seguintes habilitações mínimas:
a) Curso geral dos liceus;
b) Curso do magistério primário;
c) Curso das escolas de belas artes;
d) Curso do conservatório nacional ou do conservatório de música do Porto;
e) Curso dos institutos industriais e comerciais.
4.º Os cidadãos portugueses do sexo feminino, maiores ou emancipados que, sendo chefes de família, estejam nas demais condições fixadas nos n.ºs 1.º e 2.º
Para efeitos do disposto neste número, consideram-se chefes de família as mulheres viúvas, divorciadas, judicialmente separadas de pessoas e bens ou solteiros que vivam inteiramente sobre si;
5.º Os cidadãos portugueses do sexo feminino que, sendo casados, saibam ler e escrever português e paguem contribuição predial, por bens próprios ou comuns quantia não inferior a 200$00".

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ainda a propósito de castanhas e castanheiros

Ainda há relativamente poucos anos, os castanheiros representavam para numerosas famílias uma fonte alimentar e um bem económico insubstituível. Sob esta última perspectiva, constituíam uma espécie de conta a prazo com rendimento anual garantido (proveniente da venda das castanhas) e com proveitos extrordinários (proveniente da venda da madeira). Mas funcionavam também como uma fonte alimentar importante (sobretudo cozidas e sob a forma de falachas) na época do frio.
Ao contrário, nota-se hoje um desinvestimento e abandono nesta área, associados a uma espécie de resignação. Deixou-se de plantar castanheiros. O panorama geral são soitos por limpar ou queimados. É a degradação florestal.
Parece-me urgente inverter esta situação a partir de iniciativas locais, que envolvam, entre outros, os serviços florestais do Ministério da Agricultura com o objectivo de garantirem a informação necessária, a formação específica e a orientação técnica. As Juntas de Freguesia, pela sua proximidade com as populações, como agregadoras de vontades, poderão desempenhar um papel importante nesta mudança de rumo.

sábado, novembro 19, 2005

Outono com castanhas (de Paus)

Neste tempo outonal, já sabe bem o aconchego de uma lareira. O prazer será ainda maior, se, em família e/ou com amigos, estiverem também presentes castanhas para calmamente se irem assando. O ritual do corte, colocação no lume, descasca e degustação final são um óptimo pretexto para um ameno convívio.
E há um suplemento de satisfação, pela marca dos "afectos" e da diferença de sabor, se, por coincidência, as castanhas forem provenientes do concelho de Resende.
A relação com as castanhas resgasta memórias do passado, fazendo reviver um período anual em que as pessoas eram moldadas pela importância económica e alimentar deste fruto, condicionador de alterações substanciais nas rotinas familiares. Basta recordar que as crianças das famìlias mais modestas tinham de conciliar a vida escolar com a apanha diária da castanha, ao invés das mais abastadas que, podiam contar com a colaboração das gentes da serra do Montemuro, em troca de alojamento frugal, parcas refeições e uma saca final de castanhas.
Fica desse tempo a varejadura dos castanheiros, a "brita" dos ouriços, a agitação do transporte, o movimento dos compradores e as notícias "céleres" de alterações de preços.
Experiências que foram enriquecendo vidas.
P.S. Outrora, a vida decorria e dependia de "outras" lareiras.

terça-feira, novembro 15, 2005

Parabéns à Equipa de Futsal de S. Martinho de Mouros

Parabéns ao Clube Desportivo, Recreativo e Cultural (CDRC) de S. Martinho de Mouros pela brilhante carreira da sua equipa de futsal. Merece justo realce pelo facto de ter sido classificado, na época passada, no 3.º lugar do campeonato distrital da 1.ª Divisão da AF de Viseu.
As suas responsabilidades irão aumentar, no presente ano desportivo, na medida em que a equipa de júniores irá também participar no campeonato distrital.
As modalidades desportivas, quando briosamente desempenhadas, são óptimos veículos de promoção das respectivas localidades/regiões. É o caso do CDRC de S. Martinho de Mouros que, devido aos seus êxitos na área do futsal, é um óptimo embaixador de Resende. Além disso, deve-se-lhe também ser atribuída uma quota de responsabilidade no nível de auto-estima de todos os resendenses e conterrâneos.
É com muita satisfação que registo este êxito desportivo relacionado com S. Martinho de Mouros, já que Paus, donde sou natural, sempre esteve ligado àquela freguesia. Por questões familiares, tenho até uma dívida de gratidão para com S. Martinho de Mouros, pois o meu pai, de nome Alfredo Borges (profissional da construção/reparação civil) foi sempre muito bem acolhido pelas gentes e "artistas" de S. Martinho. Era aí que se sentia bem.
Força a todos os atletas e dirigentes do CDRC. Saudações especiais aos jogadores de Paus.
Aconselho visitas regulares ao sítio do CDRC, cujo endereço é http://smmfutsal.com.sapo.pt

sexta-feira, novembro 11, 2005

Desilusões

Na última deslocação a Resende, em 29 e 30 de Outubro, deparei com três factos que me desiludiram:
  1. O pavilhão multiusos (antigo celeiro) não apresentava qualquer iniciativa de natureza cultural;
  2. O posto de turismo encontrava-se encerrado no domingo à tarde;
  3. A situação do arranjo da estrada de Paus não sofreu alterações desde o fim do Verão.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Para quando a construção do Hospital de Lamego?

Tendo em conta a disponibilização das verbas do PIDDAC para 2006, parece que o início da construção do Hospital Distrital de Lamego é atirado para as calendas gregas.
Perante mais esta aleivosia, os presidentes dos Municìpios do Douro Sul, entre os quais o de Resende, reunem-se esta semana para arquitectarem a estratégia que faça reverter a situação.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Aposta no turismo

O nosso concelho tem condições únicas para a aposta estratégica no turismo como motor de desenvolvimento e criador de emprego. Basta referir o património arquitectónico ímpar (caso das três igrejas de estilo românico), a beleza contrastante ribeirinha e serrana, o encanto das cerejeiras em flor, a variedade e qualidade da gastronomia e a tipicidade de algumas tradições (recolhidas e difundidas, nomeadamente, pelo rancho de Paus).
As intervenções já realizadas ou em curso, tais como a criação do Parque Fluvial de Porto de Rei, a 2.ª fase das obras da marina e cais das Caldas de Aregos, a construção do auditório municipal e a transformação do antigo celeiro em equipamento cultural e da antiga cadeia em museu, favorecem e potenciam esta aposta.
Torna-se imprescindível garantir a utilização, através de iniciativas válidas, dos vários equipamentos, transformando-os em factores de atracção, e facilitar o acesso e as visitas aos locais de interesse.
Simultaneamente, e a requalificação do espaço ribeirinho das Calda de Aregos facilitará isso, importa "ganhar" os turistas dos barcos do Douro.
Como factor positivo, talvez devido às transformações ocorridas na requalificação da vila e às iniciativas nas áreas da animação e cultura, tornando Resende mais aprazível, parece notar-se ultimamente um dinamismo sobretudo no turismo "interno" (de pessoas nascidas no concelho e a residir fora e de pessoas provenientes de concelhos vizinhos).

domingo, novembro 06, 2005

Resende no EXPRESSO

A secção Fim de Semana do Guia do último número do EXPRESSO coube a Resende com o título "Descobrir as aldeias do Douro". Poderá constituir uma boa achega para que as pessoas nos visitem.
O articulista José Pereira começa por reconhecer: " O município de Resende integra aquele rol singular de territórios portugueses aos quais não basta terem sido moldados pelo cinzell da natureza e possuirem riqueza histórica, patrimonial e artística, para serem visitados por magotes de forasteiros. A procura tem crescido, mas é lenta e, por isso, há que continuar a suar as estopinhas para vencer barreiras turísticas que de todo não deveriam existir."
A peça, enriquecida com algumas fotografias, enquadra bem todos os pontos de interesse para o visitante.
Para os leitores do EXPRESSO são veiculados motivos de interesse para uma visita à nossa terra, perpassando uma boa imagem de Resende.

sábado, novembro 05, 2005

Homenagem póstuma ao último oleiro de Fazamões

Infelizmente, a arte da olaria, com grande tradição em Fazamões-Paus, extinguiu-se com a morte deste grande artista, que projectou a nossa terra a nível nacional.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Douro no "Le Figaro Magazine"

O último número do Le Figaro Magazine insere uma reportagem sobre a beleza e as potencialidades turísticas da região do Douro vinhateiro.
Apresenta algumas fotografias relativas à encosta do rio, à vindima e sova das uvas na quinta da Pacheca, aos azulejos da estação do Pinhão e aos jardins da Casa Mateus.
O Douro está na moda. Como porta de entrada na região vinhateira, o concelho de Resende está bem posicionado para poder usufruir das especificidades deste turismo.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Ao serviço de Resende

Hoje é o dia da tomada de posse da Câmara e Assembleia Municipal de Resende . Significa que todos os que tomam efectivamente posse têm poder. Daqui a quatro anos serão avaliados sobre o modo como exerceram este poder. Colherão o que persistentemente forem semeando.
O povo premeia o dinamismo da acção e o rosto humano do poder. Castiga a inoperância e o distanciamento.

terça-feira, outubro 25, 2005

Oportunidade para as escolas de Resende na área cultural

Foi assinado pelas Sras. Ministras da Educação e da Cultura, em 12.10.2005, um despacho que aprova o programa de promoção de projectos educativos na área cultural.
Os destinatários são, na área da educação, escolas/agrupamentos de escolas e, na área da cultura, museus, monumentos, sítios arqueológicos e equipamentos culturais, entre outros. Para o efeito, entidades de cada uma das áreas poderão apresentar, em parceria, projectos que tenham como objectivo desenvolver acções de sensibilização para a preservação e valorização do património cultural, proporcionem conhecimento e exploração da pré-história locais/regionais, resultem na elaboração e feitura de maletas pedagógicas e diaporamas, direccionadas a públicos específicos e promovam e facilitem o acolhimento de públicos assim como a comunicação e divulgação de equipamentos culturais. Câmaras municipais, juntas de freguesia e associações poderão integrar estas parcerias a apresentar aos serviços dos ministérios da educação e cultura.
Temos no concelho três monumentos nacionais (igrejas românicas de Barrô, S. Martinho de Mouros e Cárquere) que se encaixam nos objectivos deste programa governamental.
Resende, a começar pelas crianças e jovens, tem de conhecer e fruir o seu património cultural, convertendo-o num móbil de atracção de turismo.

sábado, outubro 22, 2005

Há verbas para construção do Centro de Saúde de Resende

Ao contrário do que acontece em outros concelhos vizinhos, em que não vão ser satisfeitas as expectativas para a construção de diversos equipamentos, o governo inscreveu uma verba no PIDDAC/06 para construção do Centro de Saúde de Resende.
É uma boa notícia.

sexta-feira, outubro 21, 2005

A4 Amarante/V. Real/Bragança sem verbas no PIDDAC/06

Ao que parece, o PIDDAC/06 não contempla quaisquer verbas para a A4, nem sequer para as primeiras expropriações de terrenos, o que lesa também os interesses de Resende.
Isto vai justificar o atraso na decisão do traçado e todo o processo de arranque das obras.

terça-feira, outubro 18, 2005

Fornecimento de refeições a todos os alunos do 1.º ciclo

Na sequência do comentário anterior, foi com satisfação que tomámos conhecimento do despacho da Sra. Ministra da Educação, de 30 de Setembro último, que define o modelo de financiamento que irá permitir aos municípios acautelar o fornecimento de uma refeição equilibrada a todos os alunos do 1.º ciclo. O diploma reconhece que, embora já fosse da responsabilidade das Câmaras Municipais o cumprimento desta medida, a maioria dos alunos não tinha, de facto, acesso a qualquer refeição.
O preço máximo da refeição é 2,50€, pagando os alunos 1,30€ e sendo de 0,60€ a comparticipação do município assim como a do ministério da educação. Os alunos carenciados poderão beneficiar da acção social escolar.

sábado, outubro 15, 2005

"Tivessem eles nascido em Resende"

Numa reportagem da "Visão" (n.º 658, de 13.10.2005), intitulada "Como se come mal nas escolas", são colcadas em causa várias autarquias, nomeadamente Baião, Castro Daire e Cinfães, por não fornercerem refeições às crianças que frequentam o 1.º ciclo, o que lhes causa imensos prejuízos, com repercussões no insucesso escolar.
Como nem tudo vai mal, é reconfortante ver escrito o seguinte: "...Que o digam, por exemplo, os 11 alunos dos 2.º e 3.º anos da escola das Carvalhas, freguesia de Monteiras, Castro Daire. Tivessem nascido eles no concelho vizinho de Resende, e seria provável haver alimentação na escola. Mas Cátia, 7 anos, nasceu no lado errado da serra de Montemuro e, por isso, tem de vencer a pé os dois quilómetros até à aldeia do Eido."

quinta-feira, outubro 13, 2005

De Resende para Resende

A existência deste blogue (pausresende.blogspost.com) e do blogue (resende.blogspot.com) permitiu o encontro das nossas terras com o mesmo nome, originando o envio desta informação, via e-mai.

"Caro Octacílio:


Parabéns pelo seu blogue, que só engrandece a "nossa" Resende. É com enorme prazer que lhe remeto algumas informações desta Resende, onde nasci.
É uma pequena vila, sede do concelho do mesmo nome, que abarca 15 freguesias, e cuja população é de cerca de 12.500 pessoas. Fica situada no norte de Portugal, na margem sul do rio Douro, constituindo porta de entrada na Região do Vinho do Douro, a região demarcada de vinhos mais antiga do mundo, presentemente património mundial, e onde nasce o conceituado vinho do Porto.
É uma região muito bonita, com paisagens deslumbrantes, onde sobressaem encostas de vinhedos, vales e montanhas imponentes. Produz muita cereja. As cerejeiras em flor constituem um espectáculo inesquecível. Orgulhamo-nos de ter três igrejas de estilo românico, consideradas monumentos nacionais, cuja construção remonta ao início da nacionalidade. São também motivo de referência as águas termais do nosso concelho, situadas na localidade de Caldas de Aregos, muito procuradas para debelar ou diminuir os efeitos de certas doenças ou problemsas de saúde.
Resende está ligada à sua homónima brasileira, porque, tanto quanto eu sei, o nome da cidade e da respectiva Prefeitura Municipal pretende homenagear o 2.º conde de Resende, D. José Luís de Castro, 13.º vice-rei do Brasil. Por isso, esse gesto é para nós resendenses motivo de gratidão, que nos engrandece.
Espero que esta ligação histórica faça aproximar os dois municípios irmãos.
Resende está muito ligado ao grande escritor Eça de Queiroz, pois o mesmo casou com D. Emília de Castro Pamplona, irmão do conde de Resende. Alguns aspectos e situações do nosso concelho encontram-se caracterizados em alguns dos seus romances.
Logo que tenha oportunidade, enviar-lhe-ei alguns postais da zona.
Para mais informações, sugiro que consulte o sítio www.cm-resende.pt

Um abraço amigo de

Marinho Borges"

quarta-feira, outubro 12, 2005

Alguns dados a reter dos resultados das eleições em Resende

Há muitas conclusões a retirar dos resultados das últimas eleições autárquicas. A análise deve estar a ser feita pelos políticos e forças locais.
De forma despretensiosa, e num plano diferente, gostaria de apresentar alguns dados:
  1. O número de eleitores inscritos tem vindo a diminuir. Nas eleições de 2001, eram 11.645 e agora foram 11.473. Todas as freguesias têm uma diminuição, exceptuando a freguesia de Resende, que teve um aumento de 44 eleitores. Os novos inscritos com mais de 18 anos não conseguiram inverter esta tendência. Há, pois, que tornar o concelho atractivo na fixação da população e na criação de emprego. Convém referir que, em relação a 2001, o número de eleitores inscritos no país aumentou em 99.521.
  2. A percentengem de votantes, em Resende, foi de 73,25%, enquanto, no país, foi de 60,92%, o que revela o índice elevado de mobilização e de motivação dos resendenses. Atente-se nas percentengens de votantes nos seguintes concelhos: Lisboa-52,65%, Porto-58,52%, Coimbra-57,32%, Aveiro-56,7% e Setúbal-49,08%.
  3. Desde que o actual Presidente ganhou a Câmara em 2001, houve uma inversão na votação nas eleições legislativas de 2002 e 2005, relativamente às duas forças políticas.
  4. Convém realçar o número de presidências de junta ganhas pelo PS.

terça-feira, outubro 11, 2005

Votos de bom trabalho para a nova Junta de Paus

Faço votos para que os jovens elementos da Junta de Paus, ora eleita, resolvam ou facilitem a resolução dos problemas e carências da freguesia, sabendo acolher todas as situações e propostas que lhes sejam apresentadas.
As Juntas deviam constituir a primeira escola de aprendizagem demcrática e o seu funcionamento modelar ser um referencial para toda a população. Dificuldades advindas de questões de natureza pessoal, humores ou caprichos, caso existam, têm de ser ultrapassadas no respeito por todos.
Parabéns e bom trabalho para o bem de todos os pausenses.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Manifestação de confiança no Eng. António Borges

O Eng. António Borges e a sua equipa viram aumentada a sua força eleitoral, o que significa que os resendenses, na sua maioria, fez uma avaliação bastante positiva do mandato que ora termina.
Espero que os próximos 4 anos sejam norteados por dois objectivos estratégicos:
  1. Continuar a garantir a qualidade de vida a todos os resendenses, oque pressupõe fazer com que todas as povoações tenham abastecimento de água potável, saneamento básico e estradas municipais em bom estado;
  2. Tomar todas as iniciativas para que o concelho tenha finalmente acessos rápidos a Bigorne e à auto-estrada do Porto/Vila Real.

Parabéns e boa sorte.

domingo, outubro 09, 2005

Resende no encerramento das comemorações dos 75 anos da Sociedade Missionária da Boa Nova

Terminaram hoje, em Cernache do Bonjardim (Sertã), as comemorações dos 75 anos da fundação da Sociedade Missionária da Boa Nova. Esta instituição, destinada à missionação, é formada por padres e leigos, tendo sido fundada por PioXI, a pedido dos bispos portugueses. Estiveram presentes o P. José Tomás Borges, o subscritor desta página e familiares.
De Paus, são membros o referido P. José Tomás Borges, que integrou a sua Direcção Geral e esteve vários anos em Moçambique, e o P. Anselmo Borges, autor de vários livros e actualmente docente da Universidade de Coimbra. Frequentaram também os seus seminários o Dr. Vítor Borges, insigne advogado em Lisboa, o subscritor desta página e Alípio Paulino, homem de grande curiosidade intelectual. O responsável por estes "recrutamentos" foi o saudoso Ir. José Ribeiro, que gozava de muita simpatia em Paus.
É hora de agradecer. Os seminários foram as instituições que mais fizeram pela promoção social e intelectual das crianças e jovens das zonas mais desfavorecidas. Em vez de "Manhãs Submersas", pelas portas que abriram, proporcionaram antes "Manhãs de Esperança".

sábado, outubro 08, 2005

Justificam-se Juntas de Freguesia?

Se perguntarmos ao cidadão comum quais são as competências das Juntas de Freguesia, provavelmente muitos não saberão. Sabemos que de vez em quando tomam a iniciativa de roçar as bermas das estradas e caminhos municipais. Entramos em contacto com elas quando uma lâmpada da iluminação pública está fundida. No fundo, ignoramo-las. Porque a maior parte das competências são delegadas. Como, por exempl, efectuar pequenas obras e ter a responsabilidade pela limpeza e manutenção dos Jardins de Infância e escolas do 1.º ciclo.
O facto dos bairros e aldeias disporem de bens, equipamentos e serviços essenciais como saneamento, água e pavilhões gimnodesportivos depende exclusivamente das Câmaras Municipais.
Por isso, os presidentes das Juntas não podem deixar "obra" como marca do seu trabalho. Torna-se, pois, difícil avaliá-los.
Sobretudo nas freguesias do interior, com a população a diminuir e algumas aldeias a "fechar", é lícito perguntar se se justificam estas autarquias e/ou se se torna necessário proceder a uma reorganização das mesmas, à semelhança do que sucede com os Agrupamentos Escolares e à readaptação da Igreja local à diminuiçãopopulacional.
E convém perguntar. As Juntas facilitam ou dificultam "a vida" às Câmaras? São um factor de união entre os cidadãos ou de divisão? Não seria preferível substituí-las por um ou dois funcionários camarários, que funcionariam como uma espécie de "antenas" das respectivas Câmaras?

Apesar de tudo, com o desaparecimento dos professores e dos padres, são a entidade que resta a personificar a identidade das freguesias.
Devia ser feita uma acção pedagógica junto das Juntas para que dêem a conhecer aos cidadãos o que realmente vão fazendo, nomeadamente iniciativas e acções que sirvam os interesses da comunidade e fortaleçam a identidade das respectivas freguesias.

Recuperação da velha estação de Porto de Rei

Foi com satisfação que recebi a notícia que a estação e zona envolvente de Porto de Rei vão ser recuperadas pela Câmara Municipal de Mesão Frio. O projecto irá respeitar a traça antiga deste equipamento do século XIX. Irão ser utilizados o granito, a madeira, o vidro e o xisto.
O edifício da estação será transformado em posto de turismo de acolhimento e, numa das suas dependências, funcionará uma cozinha tradicional duriense. Um armazém, situado nas proximidades, depois de reconstruído, irá servir de abrigo a embarcações e actividades náuticas desportivas. Este equipamento multifuncional poderá acolher eventos sociais, colóquios, acções de formação e acontecimentos gastronómicos.
Ainda bem que este património, que muito "diz" a várias gerações de resendenses, vai ser reabilitado. Foi por aqui, depois de chamarmos o barqueiro para nos transportar para a margem direita, que tivemos acesso à globalização então possível.
Importa, tal como em Resende, com o celeiro e a antiga cadeia, agora recuperados e requalificados, dinamizar estas estruturas, atraindo visitantes e clientes, criando riqueza e fixando gente.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Demagogia eleitoral

É estranho que determinadas forças políticas, no âmbito das respectivas medidas e programas eleitorais, proponham, em contra-ciclo e reconhecendo o forte endividamento das Câmaras Municipais a que se candidatam, a redução das taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e da percentagem da colecta sobre o Imposto de Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC).

quinta-feira, outubro 06, 2005

Atracção telúrica a Resende

O que leva a transportarmo-nos, de forma continuada, para as paragens onde nascemos, brincamos, crescemos, aprendemos as primeiras letras?
Por que é que S. Cristóvão, a serra das Meadas, o vale de Paus, S. Martinho de Mouros, Resende e o Douro nos habitam de forma primacial?
Por que é que os caminhos por onde andámos, os colegas, a escola, a igreja, as vindimas, o alambique, as desfolhadas povoam a nossa imaginação?
Por que é que as coisas menos boas são hoje boas?

Recordo-me de Miguel Torga que também "padecia" deste mal.Viveu em S. Martinho de Anta até perfazer a 4.ª classe. Frequentou o Seminário de Lamego durante um ano. Permaneceu cinco anos no Brasil. Depois, foi para Coimbra estudar, onde fixou residência até morrer, em 1995. No entanto, apesar deste percurso, a ligação à terra de origem foi sempre firme. Deslocava-se à mesma várias vezes durante o ano (de forma sistemática, pelo Natal, Páscoa e em Agosto/Setembro). Escrevia frequentemente ao seu conterrâneo e amigo, Sr. P. Avelino, a perguntar pelo negrilho, no centro da aldeia, e pelo estado de duas plantas, junto à casa.
A propósito, convém referir que a nossa região, talvez aquando das deslocações à sua terra, serviu-lhe de inspiração a um poema, que localiza no Mezio, e a um texto dos seus diários, cujo mote é a paisagem serrana de Bigorne.

Parafraseando Natália Correia, Resende, mais que um pedaço de torrão pátrio, é terra-mãe, é mátria.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Situação das finanças das Câmaras

A nível do país e de uma forma geral, tem havido demasiado ruído nesta campanha para as eleições autárquicas.
Poder-se-ia utilizar um tipo de papel mais barato e em menor quantidade. Deveria haver mais parcimónia na distribuição de desdobráveis. Os outdoors podiam ser em menor número e de dimensão mais reduzida. Entre outros exemplos.
Enfim, sob o ponto de vista do marketing, a quantidade tem prevalecido sobre a qualidade, o que deixa muitas dúvidas sobre a eficácia das mensagens. As promessas são muitas, o que levanta um problema sério, pois, se forem todas cumpridas no próximo mandato, os vindouros limitar-se-ão a fazer obras de manutenção.
Parece ter-se perdido o sentido da realidade, pois as verdadeiras questões não são discutidas. E uma delas é fundamental, que é a situação das finanças das Câmaras.
Os eleitores deveriam ter elementos, documentados em linguagem acessível, que lhes permitisssem confrontar a obra realizada com o estado da verdadeira situação financeira das respectivas autarquias. É fácil apresentar resultados encobertos em Câmaras em estado de falência. É o mesmo que deixar uma herança envolta em hipotecas e dívidas. A análise dos rerspectivos mandatos terá, pois, de ter em conta estes parâmetros. Só assim a avaliação será fiável e poderá credibilizar os programas e as promessas em confronto nestas eleições.
É estranha esta situação, parecendo que há dinheiro para tudo num país em estado de contenção.
Esperemos que os eleitores também não se contenham, ficando em casa desiludidos.

terça-feira, outubro 04, 2005

Passeio de 750 reformados e idosos de Resende

Numa iniciativa da Câmara Municipal de Resende, 750 pessoas com mais de 60 anos tiveram oportunidade de realizar um passeio ao Oceanário, em Lisboa , e ao Santuário de Fátima, no passado dia 3 Setembro.
Convém, contudo, acrescentar, para que não haja equívocos, que esta iniciativa é realizada pelo 4.º ano consecutivo.
Para muitos, talvez seja esta a única forma de conhecer outros locais e uma oportunidade de convívio. É, portanto, uma iniciativa louvável, dirigida a pessoas que merecem a nossa gratidão pelo muito que fizeram. No entanto, se fosse possível, preferia que esta iniciativa fosse realizada por uma associação/instituição solidária, tendo o apoio da Câmara.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Eclipse do sol

O sol sempre constituiu uma entidade deslumbrante, sendo simultaneamente fonte de estupefacção e de receios.
É luz, calor e vida. Os nossos antepassados, elevando-o à categoria de divindade, adoraram-no. Os nossos pais e avós veneraram-no. Ainda os vimos, em sinal de respeito, a tirar o chapéu, quando a claridade e os raios solares milagrosamente chegavam. Por instantes, as lides paravam.
O sol era uma referência fundamental. Era a partir da sua passagem, por exemplo, que estavam (e ainda estão) estabelecidos os turnos de pertença das águas.
A lua, a segunda figura dos corpos celestes no nosso imaginário, é uma espécie de madrinha encantatória, que estabelece ciclos vitais com influência nas marés, nos nascimentos e nas culturas. É, portanto, também fonte de fascínio.
Em noites de lua cheia, a mesma emprestava a todo o vale de Paus um manto de luz e de serenidade inconfundíveis. Em que tudo era de tal maneira audível e visível que levava à aparição e projecção de sons, seres e figuras inexistentes, mas bem reais. Este vale foi a primeira e, para alguns, a única sala de cinema.
O sol e a lua sempre tiveram mais encanto na minha terra. E o firmamento sempre teve mais estrelas em Paus, porque o cimento da cidade não as deixa ver.
Por isso , foi em S. Cristóvão que vi o eclipse solar.

domingo, outubro 02, 2005

A minha aldeia

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caeiro

sábado, outubro 01, 2005

PAUS-RESENDE

É um espaço, onde pretendo comunicar opiniões, sugestões e comentários ligados ao concelho de Resende.
Conterá também reflexões tipo diário. Neste caso, o parto das palavras soltas será resgatado da minha memória e virá revestido de afectos e vivências.
Em síntese, Paus-Resende é a voz activa das minhas passadas por aqui.éé