Neste tempo outonal, já sabe bem o aconchego de uma lareira. O prazer será ainda maior, se, em família e/ou com amigos, estiverem também presentes castanhas para calmamente se irem assando. O ritual do corte, colocação no lume, descasca e degustação final são um óptimo pretexto para um ameno convívio.
E há um suplemento de satisfação, pela marca dos "afectos" e da diferença de sabor, se, por coincidência, as castanhas forem provenientes do concelho de Resende.
A relação com as castanhas resgasta memórias do passado, fazendo reviver um período anual em que as pessoas eram moldadas pela importância económica e alimentar deste fruto, condicionador de alterações substanciais nas rotinas familiares. Basta recordar que as crianças das famìlias mais modestas tinham de conciliar a vida escolar com a apanha diária da castanha, ao invés das mais abastadas que, podiam contar com a colaboração das gentes da serra do Montemuro, em troca de alojamento frugal, parcas refeições e uma saca final de castanhas.
Fica desse tempo a varejadura dos castanheiros, a "brita" dos ouriços, a agitação do transporte, o movimento dos compradores e as notícias "céleres" de alterações de preços.
Experiências que foram enriquecendo vidas.
P.S. Outrora, a vida decorria e dependia de "outras" lareiras.