O primeiro romance da autoria do P. Dr. Joaquim Correia Duarte, que li com muito interesse e prazer, suscita-me, numa primeira reflexão, os seguintes comentários e opiniões: 1. É uma história bem urdida que retrata as origens, as vivências e os percursos dos padres das aldeias das décadas de 50 e 60 do século passado: filhos de pais pobres, colocados em aldeias isoladas e com poucas condições, comprometidos na fé, solidários com os problemas e dramas das pessoas e frequentemente expostos à maledicência; 2. As alterações ocorridas no percurso do P. Alfredo são condicionadas, quase todas, por questões afectivas e de solidão, ou seja, motivadas pelo "gineceu"; 3. A personagem principal, o P. Alfredo, é caracterizada como um sacerdote que claramente opta pelos pobres e pelos mais fracos, nas paróquias da então Metrópole, e pela defesa dos soldados e das vítimas da guerra, em Moçambique como capelão, em contraste com a posição maioritária e "oficial" da hierarquia portuguesa desse tempo; 4. Do romance perpassa uma imagem humanizada do padre, com muitas qualidades e algumas fraquezas, nunca guindado à qualidade de herói; 5. Os seminários são frequentados por crianças e jovens como os outros, com se depreende das muitas histórias e episódios, aliás muito divertidos, e que prendem o leitor; 6. Há uma preocupação pelo rigor, o que leva o seu autor a utilizar falas e expressões de acordo com os diversos contextos; 7. O enredo e a(s) história(s) têm verosimilhança. |