terça-feira, outubro 11, 2011

Colóquios Igreja em Diálogo: “Quem foi (é) Jesus Cristo?”- Introdução

 Qual foi a ideia dominante deste Colóquio?  Que mensagem ficou para a maioria das pessoas? Qual a voz que ainda se continua a escutar, passadas já algumas horas?
Atrevo-me a dizer que foi a afirmação pela recuperação da mensagem profética de Jesus, que anunciou a Salvação aos pobres e excluídos, que comunicou a Esperança aos desenganados, que  deu a conhecer a face acolhedora de Deus…
Alguém disse que este encontro reuniu os teólogos mais eminentes da Península, um feito que nenhuma instituição da Espanha católica se atreveu a levar por diante até hoje. Perante este receio, pareceria  legítimo pensar-se que estaríamos  perante um conjunto de pessoas dispostas a tudo para semear a cizânia  da divisão na Igreja Católica, criando brechas na fé. Nada de mais errado. Catedráticos, com muitas obras publicadas, cultivam a simplicidade,  esforçam-se por  comunicar de forma clara, estão disponíveis para esclarecer e  gostam de contar uma boa piada. Embora não se revendo na actual estrutura da Igreja, não pretendem desmantelá-la. Reconhecem que a fé e o conhecimento de Cristo lhes chegou através dela.
O que pensam do Cristo da história e da fé é fruto de uma longa caminhada, com muitas sinuosidades e não raras vezes pejada de sofrimento no enfrentamento da mentira e da hipocrisia. Mas têm de ser coerentes com  o rigor intelectual e o amor à verdade. Vi, por exemplo,  em José Maria Castilho um homem livre, que aos 80 anos abandonou os jesuitas para continuar a dizer e a escrever o que pensava e, desta forma, não prejudicar os seus confrades. Mas espantou-me a sua humildade, pois,  antes de começar a sua conferência, não teve pejo em afirmar que se entregava à misericórdia de Deus. E testemunhou uma fé inquebrantável.
E actuam em conformidade. Por exemplo, Andrés Torres Queiruga, sem conhecer o Padre Francisco, pároco de Cantanhede, aceitou através de uma troca de e-mails, ocorrida uns dias antes deste colóquio, o  convite para ir falar nesta paróquia. Ser-lhe-ia mais cómodo,  com certeza,   retornar calmamente a Santiago de Compostela no fim dos trabalhos,  em Valadares.
 O que se segue não é um resumo; nunca poderia ser. São apenas frases e observações que destaco como ecos, eventualmente imprecisos e descontextualizados.
Nota: No sábado, à noite, decorreu um concerto de música de câmara, pelo grupo “Performa Ensemble”,   na bonita igreja do seminário. Uma delícia para terminar o dia!