Os Engenheiros Amândio Seca (da Cooperativa Árvore) e Emídio Ribeiro (da Campo das Letras) deram a saudação inicial aos presentes, que ultrapassavam as duzentas pessoas. Este último referiu que a editora se sentia honrada por incluir os últimos livros de Anselmo Borges nos seus catálogos.
-Deus está de volta. Até parece que há Deus a mais. Mas qual a religião/religiosidade que está a retornar? A do sucesso e a do consolo? O que paira por aí poderá ser conotado com um novo artigo de consumo. Ora Deus é sempre o mesmo. O nosso conceito/relação com Deus é que se pode ir transformando tal como acontece com o conceito/relação de cada um com os outros. Foi com estas interpelações que Anselmo Borges iniciou a sua brilhante intervenção.
Referiu ainda que ninguém possui o fundamento. O fundamento é que nos possui a nós. Só assim é possível o diálogo. Não podemos ser arrogantes. Conscientes da nossa finitude, podemos vislumbrar Deus e, gaguejando, pronunciar o Seu nome. A religião cristã, assente na sua matriz mística e ética, deve perseguir a dignidade e a salvação.
Oliveira Martins afirmou sem papas na língua que a ignorância religiosa gera irracionalidade. Uma sociedade desconhecedora das suas raízes culturais e religiosas é uma sociedade suicidária. Tal como o excesso de racionalidade gera irracionalidade, de que o nazismo e os campos de concentração são expressão. Apresentou como exemplo Umberto Eco, que, definindo-se como agnóstico, vocifera contra a ignorância religiosa, que caracteriza como intolerável, e por isso, sentiu a necessidade de ensinar o seu neto a fazer e a montar o presépio. Faranaz Keshavjee (muçulmana/ramo ismaelita), tendo em conta as vivências e experiências em Moçambique e Portugal, realçou o aspecto congregador das várias religiões, de que deve resultar uma ética transversal, mobilizadora de acções de solidariedade e de esperança. Precisamos de mais fé e menos religião, enfatizou. Fé sustentada na razão. Reconheceu que o divórcio entre a fé e a razão conduziu à decadência da civilização islâmica.
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, também revelou trazer a lição bem estudada, preferindo apresentar uma reflexão com base nos textos do livro coordenado por Anselmo Borges, pretexto deste debate.
No final das intervenções dos convidados da mesa, Anselmo Borges pediu aos mesmos para que cada um dirigisse uma pergunta aos dois colegas do painel. Vários problemas foram levantados, entre os quais, a questão do papel da subalternidade da mulher na Igreja. Aqui, o Bispo do Porto preferiu "chutar para fora", referindo que a questão anda "embrulhada" com o poder, sendo o cristianismo não poder ( não retirando daí as devidas ilações). Sobrou ainda algum tempo para questões da assistência.
Referiu ainda que ninguém possui o fundamento. O fundamento é que nos possui a nós. Só assim é possível o diálogo. Não podemos ser arrogantes. Conscientes da nossa finitude, podemos vislumbrar Deus e, gaguejando, pronunciar o Seu nome. A religião cristã, assente na sua matriz mística e ética, deve perseguir a dignidade e a salvação.
Oliveira Martins afirmou sem papas na língua que a ignorância religiosa gera irracionalidade. Uma sociedade desconhecedora das suas raízes culturais e religiosas é uma sociedade suicidária. Tal como o excesso de racionalidade gera irracionalidade, de que o nazismo e os campos de concentração são expressão. Apresentou como exemplo Umberto Eco, que, definindo-se como agnóstico, vocifera contra a ignorância religiosa, que caracteriza como intolerável, e por isso, sentiu a necessidade de ensinar o seu neto a fazer e a montar o presépio. Faranaz Keshavjee (muçulmana/ramo ismaelita), tendo em conta as vivências e experiências em Moçambique e Portugal, realçou o aspecto congregador das várias religiões, de que deve resultar uma ética transversal, mobilizadora de acções de solidariedade e de esperança. Precisamos de mais fé e menos religião, enfatizou. Fé sustentada na razão. Reconheceu que o divórcio entre a fé e a razão conduziu à decadência da civilização islâmica.
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, também revelou trazer a lição bem estudada, preferindo apresentar uma reflexão com base nos textos do livro coordenado por Anselmo Borges, pretexto deste debate.
No final das intervenções dos convidados da mesa, Anselmo Borges pediu aos mesmos para que cada um dirigisse uma pergunta aos dois colegas do painel. Vários problemas foram levantados, entre os quais, a questão do papel da subalternidade da mulher na Igreja. Aqui, o Bispo do Porto preferiu "chutar para fora", referindo que a questão anda "embrulhada" com o poder, sendo o cristianismo não poder ( não retirando daí as devidas ilações). Sobrou ainda algum tempo para questões da assistência.