quarta-feira, outubro 20, 2010

Anselmo Borges apresentou “Ciência e Mito”, em Coimbra


Anselmo Borges apresentou ontem, na Galeria Sete, em Coimbra, o livro “Ciência e Mito”, da autoria de António Amorim da Costa, Professor Catedrático Jubilado do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Esta obra é editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra e integra a colecção “Ciências e Cultura”.
Anselmo Borges fez um enquadramento conceptual e estabeleceu as características distintivas do mito, filosofia e ciência. “O mito é uma narrativa, que utiliza a linguagem simbólica, e que trata das grandes questões do mundo e do homem; a criação, como vem escrita na Bíblia,  insere-se neste tipo de narrativa”, referiu. Explicou que a filosofia nasce da razão autónoma, quando o homem pensa por si mesmo sobre os grandes problemas e tem um discurso sobre os mesmos. Chamou a atenção para o contributo das ciências humanas e defendeu o diálogo em pé de igualdade destas com as ciências naturais. Criticou o cientismo/”cientifismo” por pretender ter o exclusivismo explicativo da realidade. Disse que esta tem de ser entendida à luz dos diferentes olhares/perspectivas e planos da razão (ciência, filosofia, ética, estética, religião…), o que deverá constituir uma exigência para acabar com as explicações mágicas e supersticiosas que por aí ainda pululam.
Na sua intervenção, o autor do livro, António Amorim da Costa, confidenciou que conheceu Anselmo Borges há já bastantes anos, numa conferência proferida em Coimbra, quando ainda o mesmo estava no então Seminário de Tomar. “Fiquei fascinado; falei com ele no fim acerca de um livro de Simone Beauvoir, que então andava a ler e nunca mais o larguei, lendo os seus livros e artigos”, referiu. Acrescentou que se têm cruzado entre as Faculdades ou no Instituto Justiça e Paz, mas pouco têm falado. Disse nunca lhe ter dito isto. Fez questão de que fosse ele o apresentador do livro e “nunca lhe perdoaria se não aceitasse”.