Cada vez mais, o Natal é uma festa secularizada em que os símbolos são o pai natal e a árvore de natal. Por exemplo, só cerca de 14% de franceses acham que esta festa é sobretudo religiosa. Por isso, os presépios são cada vez mais afastados das casas particulares e dos espaços públicos, sendo remetidos para os espaços de culto. Mas é bom que convivam com todos, incluindo não praticantes, agnósticos e ateus, para que o Natal não desemboque numa efeméride totalmente profanizada. Infelizmente, ao percorrer algumas igrejas e capelas do concelho numa visita a presépios, cujas fotos aparecerão a partir de hoje neste blogue, tomei conhecimento que a concepção e arranjo de alguns não envolveram a participação de crianças e jovens da comunidade.
Sobre este percurso, gostaria de acrecentar duas notas: i) as pessoas mostraram-se muito ciosas do seu património, pois, por precaução, acompanharam-me sempre, exceptuando o caso de alheamento de um jovem que se manteve imperturbável ao ver-me abrir a porta da igreja (as chaves encontravam-se na mesma); ii) foi um pretexto, em pleno inverno, para ver casas de colmo, vários canastros, muitas levadas de água pela serra abaixo, alguns pastores e bastante gado e, sobretudo, para revisitar a ponte velha sobre o rio Cabrum (ligando Covelinhas a Ovadas) e a torre da Lagariça, destacadas aqui em fotos. Algo que só um passeio permite.
A partir de hoje, neste blogue, será reproduzida uma foto de vários presépios de igrejas e capelas do concelho, acompanhada de uma cantiga de Reis originária da respectiva localidade e retirada do "Cancioneiro de Resende".