Vivi os dias de chuva como potenciadores de mais água. De mais vida. Apesar do incómodo, as pessoas viam na chuva a possibilidade de assistir às nascentes das águas e ao aumento dos caudais. Nunca ouvi dizer "já é chuva a mais". Mas antes "vem no tempo dela" ou "a chuva é oiro". Desde que descesse mansinha, era vista como uma benção.
Há dois acontecimentos que marcaram a minha memória dos grandes invernos. O nascimento do rio Celós (acima de Sta. Eulália/S. Martinho de Mouros) e a alegria pelo nascimento da água da Mó.
Como dantes, sinal da fecundidade da terra, estes dois nascimentos já ocorreram este ano.
Os soutos, cobertos de folhas, são uma imagem de marca dos meus outonos.
Os soutos, cobertos de folhas, são uma imagem de marca dos meus outonos.