Sem luz eléctrica, os caminhos, os campos e os ribeiros eram alumiados pela lua, que tomava conta dos silêncios e dos mistérios da noite. Fonte de medos e simultaneamente geradora de serenidade, era nela que projectávamos os nossos sonhos e os nossos sobressaltos.
A magia da lua cheia continua, mas só na terra em que cada pedra, cada curva, cada árvore nos é familiar e nos pertence. Foi assim ontem, das 21h45 às 23h00, caminhando das Quintãs até Cantim. O vale de Paus estava transfigurado.
Hoje, foi a espera pelo nascimento do sol na serra das Meadas, cuja luz desceu calmamente do cimo de S. Cristóvão, Moumiz e penedos da Pena. Um deslumbramento.
Tal como refere Bento XVI na Spe Salvi, "O céu não está vazio. A vida não é um produto das leis e da casualidade da matéria..."