O Homem é constitutivamente um ser de desejo, mas precisamente assim: nunca sacia o seu desejo. Nunca tem o suficiente, nunca é suficientemente. Por mais que alcance, o realizado não satisfaz o que deseja. Há um abismo insuperável entre o que se deseja e o alcançado. Por isso, o Homem é um ser irremediavelmente inquieto e inevitavelmente perguntante. Porque é abertura ilimitada à totalidade do ser, o fracasso do Homem provém de pensar que pode realizar-se num simples fragmento do real: o sexo, o dinheiro, o poder. Ao elevar o fragmento a totalidade, contradiz-se a si mesmo no seu ser verdadeiro. É neste movimento de transcendimento sem limites que enraíza a dinâmica religiosa. Independentemente da resposta que lhe dê, o Homem não pode evitar a pergunta por Deus.
Esta é a parte final da reflexão de Anselmo Borges no DN de hoje, que pode ler aqui.
Esta é a parte final da reflexão de Anselmo Borges no DN de hoje, que pode ler aqui.