"(...) o maravilhoso Henriques & Henriques Boal Frasqueira 1954, um Vinho da Madeira de cor castanho acobreada que desvenda aromas de frutos secos, com muita avelã e um pouco de amêndoa torrada, para logo avançar com notas especiadas, compota de ameixa, incenso, figo e caramelo. A boca impressiona pela vivacidade, pela frescura da laranja, pela intensidade da acidez e pelo final interminável. Um belíssimo Madeira que merece todo o tempo, atenção e dedicação do mundo". (Crónica de Rui Falcão na Fugas-Público, edição do último sábado)
Estas crónicas deliciam-me. Por isso, não deixo de comprar aos sábados o Público. Rui Falcão, um engenheiro informático, é o verdadeiro poeta do vinho. Cada vinho de qualidade não é descrito pelas suas características organolépticas, mas como objecto de renovado prazer que tem de ser "adivinhado" e cantado como um poema. E para ele, os melhores vinhos e os maiores "artistas" do vinho estão no Douro. Também os meus vinhos de eleição.