Curiosa designação (na esteira do curioso número, como diria o outro). Antigamente, nas nossas aldeias havia sempre um ou outro puxadinho da cabeça. Eram pessoas consideradas inteligentes que de estudarem tanto, isto é, de puxarem tanto pela cabeça, acabavam por ficar puxadinhas.
Era uma forma de “branquear”, isto é, tornar socialmente aceitável a loucura (psicose/esquizofrenia ou forma grave de depressão) surgida em pessoas que até tiveram a possibilidade de estudar. Os outros (com os mesmos sintomas) eram irremediavelmente considerados malucos (no caso da psicose/esquizofrenia) ou cismáticos (no caso da forma grave de depressão).
Recordo-me bem da preocupação da minha tia Antoninha aquando dos exames dos antigos 5.º e 7.º anos em Lamego: Marinho vejo-te sempre a estudar dia e noite e tenho medo que também fiques puxadinho da cabeça.
Nesse tempo, em Lamego, tive a possibilidade de contactar com um ex-estudante de Direito da Universidade de Coimbra, que desistiu no 3.º ano, sendo considerado puxadinho da cabeça. Mas pelas conversas tidas pareceu-me mais um boémio que desistiu da maçada de estudar, aceitando por conveniência o diagnóstico, porque era uma maneira de nada fazer e de continuar a viver tranquilamente à custa dos pais.
Era uma forma de “branquear”, isto é, tornar socialmente aceitável a loucura (psicose/esquizofrenia ou forma grave de depressão) surgida em pessoas que até tiveram a possibilidade de estudar. Os outros (com os mesmos sintomas) eram irremediavelmente considerados malucos (no caso da psicose/esquizofrenia) ou cismáticos (no caso da forma grave de depressão).
Recordo-me bem da preocupação da minha tia Antoninha aquando dos exames dos antigos 5.º e 7.º anos em Lamego: Marinho vejo-te sempre a estudar dia e noite e tenho medo que também fiques puxadinho da cabeça.
Nesse tempo, em Lamego, tive a possibilidade de contactar com um ex-estudante de Direito da Universidade de Coimbra, que desistiu no 3.º ano, sendo considerado puxadinho da cabeça. Mas pelas conversas tidas pareceu-me mais um boémio que desistiu da maçada de estudar, aceitando por conveniência o diagnóstico, porque era uma maneira de nada fazer e de continuar a viver tranquilamente à custa dos pais.