quinta-feira, maio 24, 2012

Imortalidade

Robert Walser foi um escritor suíço de língua alemã, que viria a morrer num asilo psiquiátrico, onde passara os últimos 23 anos da sua vida, tendo aí sido internado com 50 anos. Concluíra que nunca faria o suficiente para garantir a imortalidade. A um escritor que um dia o fora visitar e lhe perguntara se escrevia, respondeu: “Não estou aqui para escrever, mas para enlouquecer.”
Todas a produção humana, por mais genial que seja, perecerá um dia, obviamente. Contudo, as vidas exemplares, que nos ajudam a dar um sentido à vida, e as obras de grande valor estético, que nos empolgam, pré-anunciam ou pertencem à ordem da imortalidade. Também e sobretudo as pessoas, que anonimamente contribuem para um mundo melhor, o fazem porque confiam nos outros e no futuro, condição e semente de eternidade.