O carnaval, em Paus, envolvia algumas características comuns ao de Lazarim, que é considerado dos mais expressivos e genuínos do norte do país. De forma informal, havia um conjunto de rapazes e homens, relativamente novos, que anualmente assumiam a tarefa de "oficiar" a genuinidade da festa do Carnaval. Isto implicava ter de fazer um espantalho/boneca, donominada comadre, que seria transformada na porta-voz dos acontecimentos do ano, sobretudo os relacionados com "os desvios" na área amorosa e sentimental. O que muitos cochichavam e comentavam à surdina eram, de uma forma mordaz e burlesca, postos a nu, através de uma linguagem encoberta e mensagens sub-reptícias facilmente descodificáveis. Duplicidades e hipocrisias estavam, assim, anualmente à mercê deste "bisturi" implcável.
Depois de percorrer parte da freguesia em cima de um carro de bois, fazia-se o enterro da comadre, sendo posteriormente pendurada numa árvore.
Sem ligação a este ritual, a época de carnaval permitia um comportamento brejeiro, que consistia no facto de dois rapazes "poderem" agarrar uma rapariga, um nos ombros e outro nas pernas, balaceando-a de seguida, a que se dava o nome de cu novo.