No dia 16 de junho, o Centro Interpretativo de Cerâmica abriu portas para acolher a formação em contexto de trabalho de 18 alunos do curso profissional de cerâmica.
A realização deste curso vem no seguimento do protocolo estabelecido entre o Município de Resende e o Agrupamento de Escolas e pretende que os alunos inscritos possam conhecer melhor a olaria negra, uma arte com forte tradição no concelho que acabou por extinguir-se, mas que o Município tenciona revitalizar.
A formação está a ser ministrada por Carlos Lima, ceramista de Molelos que adquiriu a sua formação como ceramista essencialmente no CEARTE (Coimbra) e no CENCAL (Caldas da Rainha). Estagiou em Itália, Florença, em 1987.
O Centro Interpretativo de Cerâmica surge da recuperação do edifício da antiga escola primária da Raposeira, na freguesia de S. João de Fontoura. Este Centro integra uma exposição de fotografia e texto sobre todo o processo de transformação da olaria negra, produzida em Resende. É também um espaço de homenagem perpétua aos oleiros do concelho, em especial ao Mestre Joaquim Alvéolos, o último dos oleiros do concelho, que veio a falecer aos 85 anos de idade, no ano de 2005.
A olaria negra foi uma das principais atividades económicas do extinto julgado de S. Martinho de Mouros e cuja origem se perde no tempo. No século XIX ainda existiam na região cerca de 40 oleiros, mas a falta de continuidade veio a ditar a decadência desta atividade até à sua extinção.
Com a abertura do Centro Interpretativo de Cerâmica e a realização de cursos nesta área pretende-se promover a aprendizagem e o gosto pela Arte de Olaria e da Cerâmica, junto dos mais jovens, permitindo-lhes aprender todo o processo técnico de fabrico das peças de cerâmica, desde a modelagem do barro à cozedura.
A inauguração deste novo equipamento está prevista para quando estiverem concluídas as obras de requalificação do acesso.
*O Gabinete de Comunicação e Imagem da CMR