O adjunto do comandante da esquadra de trânsito da PSP
de Lamego surpreendeu, esta sexta-feira, todos os colegas, ao
disparar um tiro na própria cabeça, na casa de banho do
edifício policial.
Pouco
antes das 15 horas, Francisco Sabença Almeida, de 48 anos, acabara
de combinar serviço com o comandante de Divisão. "Saiu do
gabinete, puxou por um cigarro e foi à casa de banho, onde disparou
a arma de serviço de 7.65 mm.", relatou ao JN o comandante
distrital da PSP de Viseu, intendente Vítor Rodrigues, surpreendido
com o sucedido. "Era um dos melhores chefes que tínhamos em
Lamego", classificou.
A vítima
ainda estava viva quando foi transportada para o hospital de Vila
Real, onde faleceu pouco antes das 20 horas.
O chefe,
natural de Resende, que se divorciara, há cerca de três anos,
com uma filha de 16 anos e um filho de 23, universitário no Porto,
vinha demonstrando preocupações financeiras.
"Desabafava
com os colegas que tinha comprado casa e temia mais cortes nos
vencimentos", relatou o comandante.
Durante a
manhã decorreu uma inspeção de rotina da Direção Nacional da
PSP. "Os inspetores já tinham saído e não foi detetada qualquer
irregularidade ou ilegalidade", assegurou Vítor Rodrigues.
Perante
este caso, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos
Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) reclama "mais sensibilidade"
por parte do Governo que, "faz cortes nos vencimentos, sem ter em
conta a realidade das forças policiais", acusa. "Há um grande
clima de stresse na PSP porque os agentes estão inseguros e como são
polícias sentem uma pressão, só pelo facto de recearem não
conseguir pagar os empréstimos. É que de um polícia todos esperam
que seja cumpridor", argumenta o dirigente.
*Transcrito do JN (link)