"Talvez fosse esta a razão do seu fascínio pelo lago - o facto de encerrar nas suas águas todo o tipo de fantasias, queixas, segredos, não impressos ou ditos em voz alta, mas num estado líquido, flutuando uns por cima dos outros, quase desencarnados. (...) O encanto do lago residia no facto de lá terem sido depositados pensamentos por pessoas que haviam partido e sem os seus corpos os seus pensamentos vagueavam por ali livres, cordiais, e comunicativos, no fundo comum.
(...) Talvez seja por isso que gostamos de ficar sentados e de olhar para dentro dos lagos".
*Virginia Woolf, Contos de, (O fascínio do pequeno lago)