domingo, setembro 12, 2010

"Religião e Diálogo Inter-Religioso", de Anselmo Borges, no Jornal de Resende

Frei Bento Domingues no Público de hoje diz deste livro o seguinte: Anselmo Borges acaba de publicar sobre esta problemática um livrinho que é, verdadeiramente, uma obra-prima. Se me irrita o prazer que alguns jornalistas manifestam em situar Portugal na cauda da Europa, não escondo que também me irrita a ignorância que observo, entre nós, na abordagem do fenómeno religioso. Já não há desculpa. Gostaria que este livro de bolso fosse a companhia de todos os que desejam saber do que falam, quando falam de religião.

Apontamento do Jornal de Resende

Do livro

Nada indica que as religiões estejam em vias de desaparecimento. A profecia repetida do fim da religião não se confirma. Deus não está em vias de desaparecer da consciência da imensa maioria da humanidade. O fim do socialismo real e do ateísmo militante revelou que a questão do religioso, que se pensava desaparecida, esteve sempre presente, como na Rússia ou Vietname. Confirma-se assim que o homem é um ser inquieto em busca de Sentido, pelo que a história da humanidade não se compreende sem a história da consciência religiosa.

Com base neste pressuposto e no crescente interesse pelo tema de Deus e da religião, o novo livro de Anselmo Borges procura responder a uma série de questões, numa linguagem clara e rigorosa. O que é a religião e donde provém? Pode-se ser religioso e ateu ao mesmo tempo? Por que há muitas religiões? A religião está vinculada à violência? Como se explica o fundamentalismo religioso? O que está na origem da secularização? Qual o lugar da religião na escola pública? O que distingue o Deus do judaísmo, o Deus do cristianismo e o Deus do islão? O que caracteriza o hinduísmo, o budismo, o confucionismo e o taoísmo? Há um Deus revelado? Onde está a Verdade? É legítimo falar-se em Povo Eleito?

As sociedades são cada vez mais multiculturais e multi-religiosas. Tornou-se claro, como há anos vem proclamando Hans Küng, que não haverá paz no mundo sem paz religiosa. Mas não pode haver paz entre as religiões sem diálogo inter-religioso e uma ética mundial.

Este livro de Anselmo Borges responde a estas e outras questões. Na primeira parte, percorre o caminho para uma definição de religião. Na segunda, estuda as condições de possibilidade para o diálogo entre as religiões. Constitui uma síntese rigorosa e acessível sobre uma temática candente.

Como observa o autor, “as religiões são caminhos de Deus para o homem e do homem para Deus. Os caminhos são muitos, e todos, desde que sejam a favor do ser humano, levam a Deus. As religiões são apenas mediações, e só na plenitude da consumação da história se manifestará a verdade toda”.

Este livro integra a colecção Estado da Arte da Imprensa da Universidade de Coimbra e pode ser adquirido online em: http: www.livrariadaimprensa.com

Do autor

Anselmo Borges, natural de Paus, onde se desloca quase semanalmente, é padre da Sociedade Missionária Portuguesa. Estudou Teologia (Universidade Gregoriana, Roma), Ciências Sociais (École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris) e Filosofia (Universidade de Coimbra e Tubinga). Leccionou Filosofia e Teologia na Universidade Católica e no Seminário Maior do Maputo. É docente de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, regendo nomeadamente as cadeiras de Antropologia Filosófica, Filosofia da Religião e Ética e orientado um seminário sobre Mulheres e Religiões no Mestrado e Doutoramento em Estudos Feministas. Tem diversas obras publicadas, como: Janela do (In)visível, Religião: Opressão ou Libertação?, Morte e Esperança, Corpo e Transcendência, Janela do (In)finito. É colunista do Diário de Notícias sobre temas religiosos.