segunda-feira, outubro 01, 2007

Visita à Casa da Torre da Lagariça (2)

BEM-VINDO À CASA DA TORRE DA LAGARIÇA
Uma primeira visita à Casa e à quinta em que foi construída costuma ser apenas isso: a primeira visita.
Para muitos é a primeira de muitas visitas presenciais, para outros, impossibilitados pelas suas próprias circunstâncias de o fazer, o ponto de partida para visitas imaginárias. Em ambos os casos, cada visita é a renovação de interesse pelos motivos que o conjunto lhe reserva, e que, como abaixo se descreve, são bastantes para quem acredita que Portugal foi, é e vai ser um lugar privilegiado para desenvolver a vida, as ideias e a cultura. Enumeremos, então, alguns dos motivos que o podem interessar:
a) A organização de uma exploração agrícola, anterior à mecanização: da colocação das casas dos caseiros à localização das eiras, passando pelos equipamentos "industriais" como a azenha (cujo motor era uma vaca), o alambique (que aproveita conhecimentos da química e da física para transformar em aguardente os bagaços das uvas já usadas na produção de vinhos), ou os lagares de vinho.
b) A descoberta de como viviam os proprietários deste tipo de quintas: dos jardins aos caminhos de passeio, passando pelos espaços reservados ao lúdico e à religião. Vejam-se aqui os passeios da mata e as zonas reservadas a tertúlias ou à audição de música ou declamação, e a Via Sacra que percorre o caminho que vai do Tanque das Murtas até à Eira Velha.
c) A construção e desenvolvimento arquitectónico da Casa, da Torre e das soluções para criar conforto independentemente das condições exteriores, ou a construção do Tanque das Murtas que nos permite ter água permanentemente na bica mais próxima do seu bordo.
d) A Torre e a sua história, a sua capacidade, percebida, de ver a luz que se movimentasse por um trecho significativo do Douro; apesar de estarmos a cerca de cem quilómetros do Porto, nas noites claras, podemos ver o clarão da sua luz.
e) O ambiente do romance de Eça de Queiroz, "A Ilustre Casa de Ramires", e o facto de se saber que escreveu sobre uma família que ainda existe e mantém na sua posse este património há mais de sete séculos.
f) A História de Portugal, já que sabemos que a Torre foi construída ainda antes da fundação e que a Casa recebeu, das mãos de EL-Rei D. João III, em 1538, o foral de Capitania-Mor de Aregos .