Da leitura das intervenções de Bento XVI na deslocação do passado fim de semana a Espanha, relevo as seguintes notas e comentários:
1. A descrença, o indiferentismo religioso e a visão da fé como assunto do foro privado hipotecam a identidade cultural europeia e o futuro da sociedade. A fé é também uma herança cultural. Sem seguidores, pode continuar a influenciar as próximas gerações, mas a prazo será tema de história, recolhendo às bibliotecas.
2. A família, numa Europa secularizada, será o veículo privilegiado para a transmissão da fé e para a continuidade do pequeno redil.
3. Uma das tarefa mais importantes da família é formar pessoas livres e responsáveis. Por isso, constitui um bem insubstituível para os filhos, funcionando como factor de estabilidade afectiva e de aprendizagem pelo exemplo (ou aprendizagem por modelação, como dizem os psicólogos).
O Papa sabe quais os efeitos da falta de educação para o exercício responsável da liberdade moral e as implicações da disfuncionalidade familiar.
4. O hedonismo banaliza as relações humanas, facilitando os casamentos a prazo.
5. Na perspectiva dos testemunhos bíblicos em que a família compreende não só os pais e filhos, mas também avós e antepassados, Bento XVI chama a atenção para o papel dos avós. "Eles dão aos mais novos a perspectiva do tempo, são a memória e a riqueza das famílias. Oxalá que, sob nenhum pretexto, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro que não podemos retirar às novas gerações...". Aliás, as organizações mais inestéticas são os lares de idosos, porque estão todos deslocados, digo eu.
Esta reflexão de Bento XVI acerca dos idosos é muito certeira.
6.O Papa tem consciência que a Igreja Católica, para continuar a ter credibilidade e influência moral, não pode fazer cedências no essencial, tendo o cuidado, no entanto, de produzir um discurso afirmativo, claro, bem fundamentado e elaborado, susceptível de ser interiorizado por minorias pensantes e activas, que funcionem como fermento. Tendo em conta que há correntes e sectores bem organizados que querem enfraquecer e até eliminar a influência da Igreja Católica, procura evitar anti-corpos. Por isso, cautelosamente não fez referências abertas aos temas e posições que opõem a Igreja ao governo espanhol.
1. A descrença, o indiferentismo religioso e a visão da fé como assunto do foro privado hipotecam a identidade cultural europeia e o futuro da sociedade. A fé é também uma herança cultural. Sem seguidores, pode continuar a influenciar as próximas gerações, mas a prazo será tema de história, recolhendo às bibliotecas.
2. A família, numa Europa secularizada, será o veículo privilegiado para a transmissão da fé e para a continuidade do pequeno redil.
3. Uma das tarefa mais importantes da família é formar pessoas livres e responsáveis. Por isso, constitui um bem insubstituível para os filhos, funcionando como factor de estabilidade afectiva e de aprendizagem pelo exemplo (ou aprendizagem por modelação, como dizem os psicólogos).
O Papa sabe quais os efeitos da falta de educação para o exercício responsável da liberdade moral e as implicações da disfuncionalidade familiar.
4. O hedonismo banaliza as relações humanas, facilitando os casamentos a prazo.
5. Na perspectiva dos testemunhos bíblicos em que a família compreende não só os pais e filhos, mas também avós e antepassados, Bento XVI chama a atenção para o papel dos avós. "Eles dão aos mais novos a perspectiva do tempo, são a memória e a riqueza das famílias. Oxalá que, sob nenhum pretexto, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro que não podemos retirar às novas gerações...". Aliás, as organizações mais inestéticas são os lares de idosos, porque estão todos deslocados, digo eu.
Esta reflexão de Bento XVI acerca dos idosos é muito certeira.
6.O Papa tem consciência que a Igreja Católica, para continuar a ter credibilidade e influência moral, não pode fazer cedências no essencial, tendo o cuidado, no entanto, de produzir um discurso afirmativo, claro, bem fundamentado e elaborado, susceptível de ser interiorizado por minorias pensantes e activas, que funcionem como fermento. Tendo em conta que há correntes e sectores bem organizados que querem enfraquecer e até eliminar a influência da Igreja Católica, procura evitar anti-corpos. Por isso, cautelosamente não fez referências abertas aos temas e posições que opõem a Igreja ao governo espanhol.