Para o teólogo Anselmo Borges a resignação de Bento XVI era expetável.
«Muita gente ficou surpreendida, eu não fiquei, Bento XVI numa entrevista já
tinha previsto que se um dia sentisse que não tinha forças para continuar à
frente da Igreja iria resignar. E foi o que hoje anunciou. Portanto, é um ato de
inteligência. Fê-lo em consciência e liberdade», defende.
Anselmo Borges adianta também que o Papa tinha a intenção de reformar a cúria
romana, que o teólogo diz ser «um cancro na Igreja», mas não conseguiu, tudo
indicando que existem lutas pelo poder e ele retira-se».
Como pontos essenciais e positivos de Bento XVI, Anselmo Borges sublinha o
facto do Papa condenar o «neo-liberalismo» e a «pedofolia».
O teólogo Anselmo Borges sublinha que depois de Bento XVI a Igreja Católica
precisa «de um Papa que seja cristão, que siga o evangelho e que seja capaz de
reformar a cúria romana, que traga alguma democracia para dentro da Igreja,
muitos dos erros que se têm cometido ao longo do tempo estão relacionados com a
estrutura altamente piramidal e de concentração de poder».