Todos os músicos são de S. Cipriano?
Quase todos. Só cerca de 10% são provenientes das freguesias vizinhas. S. Cipriano é, aliás, uma das freguesias com mais crianças e jovens. Alguns músicos trabalham e estudam fora do concelho, mas regressam aos fins de semana para ensaiar e actuar. Refira-se também que nenhuma das bandas sofreu qualquer interrupção no seu historial.
E os maestros?
Até hoje, todos têm sido naturais de S. Cipriano.
O maestro d’ “A Velha”, Jorge Manuel Pinto Cardoso, pertenceu a esta banda até ser chamado para a tropa. Após o cumprimento desta, ingressou na PSP, integrando a respectiva banda. Presentemente, exerce funções na PSP, em Lisboa, deslocando-se todos os fins de semana a S. Cipriano.
O maestro d’ “A Nova”, Paulo Teixeira, professor da escola do 2.º ciclo do ensino básico de Resende, também foi músico anteriormente.
Até hoje, todos têm sido naturais de S. Cipriano.
O maestro d’ “A Velha”, Jorge Manuel Pinto Cardoso, pertenceu a esta banda até ser chamado para a tropa. Após o cumprimento desta, ingressou na PSP, integrando a respectiva banda. Presentemente, exerce funções na PSP, em Lisboa, deslocando-se todos os fins de semana a S. Cipriano.
O maestro d’ “A Nova”, Paulo Teixeira, professor da escola do 2.º ciclo do ensino básico de Resende, também foi músico anteriormente.
Quem são os responsáveis pelas bandas?
Até há pouco tempo eram os maestros. Tudo girava à sua volta, pois as bandas nem sequer eram enquadradas por associações. Longe vão os tempos em que eram constituídas por cerca de 20/30 elementos, faziam as deslocações a pé e anunciavam a sua aproximação com o rebentamento de foguetes.
Presentemente, os maestros ensaiam as bandas, uma vez ou duas por semana, de Setembro a Maio, preparando o repertório anual, e dirigem as respectivas actuações musicais nas deslocações/saídas para festas. Todas as outras funções e responsabilidades, designadamente as financeiras, cabem aos órgãos das respectivas associações, em particular ao presidente da direcção. A título de curiosidade, refira-se que o d’ “A Velha”, Henrique Francisco, é membro da banda desde há 9 anos, tocando saxofone, tendo a ligação à música nascido de uma declaração proferida perante amigos, feita na festa do 4.º Domingo, em Cárquere, de que já não pôde voltar atrás: “brevemente, estarei aqui a tocar convosco”. O d’ “A Nova”, António José Pereira Cardoso, não é músico, sendo a sua ligação à banda explicada pelo ambiente de rivalidade vivido em casa, tendo a influência da mãe levado a melhor sobre a do pai, um apoiante d’ “A Velha”.
Como são feitas as deslocações?
Antigamente, as deslocações eram feitas a pé, pelos montes e vales da região. Algumas viagens chegaram a ser efectuadas em camionetas destinadas ao transporte de gado e mercadorias. Para as festas do aAlto Douro, os músicos iam a pé até à estação da CP e depois seguiam de comboio. Actualmente, as deslocações são feitas em dois autocarros, propriedade de cada uma das bandas.
Ainda se notam animosidades entre as duas bandas?
Há pessoas que ainda se lembram de “batalhas campais” entre músicos e adeptos das duas bandas, com instrumentos a “voar” de um lado para o outro. Presentemente, os responsáveis por ambas as bandas procuram manter um bom relacionamento, mas é patente a existência de rivalidades entre as duas colectividades, que não deixam ninguém indiferente em S. Cipriano. Se houvesse um referendo para saber qual era a melhor música, a percentagem de abstenções e de votos em branco seria nula.
Quem apoia quem?
Por tradição, "A Velha" tinha o apoio da maioria das famílias e casas abastadas de S. Cipriano. Entretanto, com as profundas alterações ocorridas nas últimas décadas no mundo rural, é difícil, actualmente, estabelecer fronteiras entre as respectivas bases "sociais" de apoio.
O objectivo de ambas as bandas é, presentemente, angariar sócios junto de outros públicos, nomeadamente de naturais de S. Cipriano (a residir e a trabalhar fora do concelho) e de pessoas de outras freguesias.