quinta-feira, dezembro 01, 2011

Anselmo Borges falou, em Coimbra, de Jesus Cristo e d’ “Último Segredo”

A palestra decorreu na passada 3.ª feira, dia 29 de Novembro, no Instituto Universitário Justiça e Paz. Apesar da noite fria, a conferência despertou vivo interesse e foi muito participada, tendo contado com a presença de cerca de 150 pessoas, de entre as quais, docentes do ensino básico, secundário e superior, estudantes  universitários, padres, freiras, agnósticos, crentes que se interrogam…
Anselmo Borges começou por referir que apresentou o livro em Lisboa a convite da Gradiva e não de José Rodrigues dos Santos. Na altura teceu fortes críticas ao livro, mas a televisão e alguns órgãos de comunicação ignoraram-nas, podendo ficar a ideia que o livro tinha a bênção do apresentador, que até era padre. Esta conferência, em Coimbra, teve, quanto a mim,  dois objectivos. Serviu para desmistificar a ideia de que José Rodrigues dos Santos “inventou a pólvora”. Mas as bombas com que pensa ter atingido a Igreja e a comunidade dos cristãos não passam de bombinhas que lhe arrebentaram nas mãos. Muitas das questões que coloca já são objecto de  reflexão  há longo tempo por teólogos,  e outras são ridículas. Na Alemanha, como bem referiu Anselmo Borges, o estudo da teologia tem um outro estatuto,  sendo debatida nas respectivas universidades, onde há em cada uma delas uma faculdade de teologia afecta aos católicos e uma outra afecta aos protestantes. Em Portugal, depois da catequese existe praticamente o vazio, o que faz com que a maioria das pessoas se possa sentir escandalizada com algumas atoardas e não esteja preparada para as debater. Esta palestra,  cujo tema partiu do livro de José Rodrigues dos Santos, atingiu um outro objectivo mais vasto, pois  permitiu a clarificação e reflexão  de muitos aspectos do  percurso histórico de Jesus, da interpretação das suas palavras, acções e gestos  e o confronto com o Jesus da fé.
Anselmo Borges referiu que o autor de um livro estabelece  um contrato de confiança  com os seus leitores  quanto  à natureza da obra, que pode ser do ramo da ciência, da filosofia, da poesia, do romance…Ora José Rodrigues dos Santos ao jogar no duplo tabuleiro da vertente ficcional e histórico-teológico rompeu esse contrato. “Por isso, disse-lhe cara a cara para retirar a  passagem da página 11, onde escreveu que  todas as citações de fontes religiosas e todas as informações históricas e científicas incluídas neste romance são verdadeiras, referiu a dada altura.
Após a conferência, ficou a sensação que a maioria dos presentes ficou mais  interessada em continuar a debater questões ligadas à pessoa de Jesus Cristo e à religião do que em ler “O Último Segredo”. De qualquer forma, quem saiu daqui com  a pachorra de o ler lê-lo-á com outros olhos.