

Palavras e afectos em torno de Resende
O pároco de Paus, Padre António Loureiro, fez um belo enquadramento da cerimónia como tributo de alegria, de gratidão, de reconhecimento e de acção de graças pela elevação de D. Manuel Linda ao episcopado. “Na senda de outras pessoas desta freguesia que se distinguiram em várias áreas do saber e de outros domínios, a Igreja é agora bafejada com um bispo natural de S. Pedro de Paus, terra que tem constituído um alfobre de padres”, referiu. E dirigindo-se, emocionado, para o futuro bispo, disse a dado passo: “Aqui tem a sua terra, a terra que o viu nascer, palpitante de incontida alegria e orgulho”.
Na homilia, D. Jacinto Botelho referiu que não podia faltar a esta celebração, “pois liga-me ao Padre Manuel Linda uma grande amizade, que vem de longe e que nunca esmoreceu”. Esta confissão emocionou deveras o Padre Manuel Linda. ( Este haveria de enaltecer, aquando da sua intervenção no final das cerimónias, a amizade mútua e a cumplicidade que se começou a cimentar no Seminário de Lamego, quando D. Jacinto foi aqui seu professor e formador. Mais tarde, teria ocasião de o convidar para dar algumas aulas no Seminário de Vila Real. E como os caminhos se cruzam muitas vezes na vida, o Padre Manuel Linda haveria ainda de confidenciar que iria habitar o mesmo quarto que D. Jacinto ocupou enquanto também Bispo Auxiliar de Braga).
O P. Tomás Borges, enquanto padre natural de Paus, pediu autorização a D. Jacinto para usar da palavra, tendo dirigido uma saudação especial ao Padre Manuel Linda, tendo-lhe solicitado que, após a sua ordenação episcopal, venha à paróquia que o viu nascer para aqui celebrar uma missa na qualidade de bispo.
Coube a D. Manuel Linda encerrar a cerimónia, tendo dirigido palavras de agradecimento ao Bispo de Lamego, Vigário Geral, P. Loureiro, restantes sacerdotes, presidente da CMR, vereação, presidentes de junta de freguesia e população. Confessou estar invadido por três sentimentos perante a manifestação de afecto de que foi objecto: i) confundido; ii) agradecido; e iii) impulsionado. Afirmou que era sua intenção concelebrar uma missa na igreja onde foi baptizado e nada mais. Confidenciou o quanto lhe custou aceitar a nomeação para o episcopado, tendo referido que chegou a pedir aos “sondadores” para que desistissem do intento e solicitado ainda ao Núncio Apostólico mais tempo para reflectir, o que não lhe foi concedido. Afirmou que preferia continuar a exercer as mesmas funções, fazendo aquilo que gosta. Terminou, agradecendo a oferta do anel em oiro maciço por parte da paróquia de Paus e da Câmara Municipal.
Refira-se que o programa de homenagem ao novo Bispo Auxiliar de Braga (de sábado e domingo) partiu da iniciativa do Padre António Loureiro, pároco de Paus, tendo sido desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal de Resende que o apoiou e comparticipou financeiramente, assim como a Junta de Freguesia de Paus. Contou também com o dinamismo de várias pessoas, entre as quais Liseta Cardoso (que elaborou para o efeito um bonito caderno de cânticos, com o currículo do homenageado) e António Branquinho.
Em tarde amena, foi bonita a festa, tendo contribuído para reforçar os laços de identidade dos habitantes de Paus e do concelho.
Em dia de canícula, a tarde e noite de ontem foram passados nas fraldas e cimo da serra de Montemuro. A agitação e águas tépidas da piscina municipal foram substituídas pela calma e águas correntes do rio Cabrum, junto da ponte da Lagariça. Um verdadeiro paraíso inaproveitado.
O jantar teve lugar num dos restaurantes da Gralheira. Como cheguei um pouco antes das 20h, fui atendido imediatamente. O Presidente da Câmara de Resende, Eng. António Borges, que também foi em busca da brisa serrana, teve de aguardar vez.
Às 21h30, já estava em Campo Benfeito, no Festival Altitudes, para embarcar na viagem sonora e musical de Khalid K por diferentes culturas e línguas, sem nunca falar nenhuma.
Graças ao empenho e persistência dos Professores Paulo Sequeira e Pedro Ferreira, um documento histórico único volta ao nosso convívio, indo constituir um dos conteúdos que a Câmara Municipal irá disponibilizar através do ecrã sito no jardim principal da vila. Trata-se de um documentário cinematográfico de 1945, com a duração de cerca de 10 minutos, que teve como objectivo promover e divulgar as termas de Caldas de Aregos, dando a conhecer o moderno e funcional balneário e respectivo hotel, acabados de construir, e denotando a preocupação de contextualizar estes importantes equipamentos na paisagem e na riqueza cultural do concelho e da região. Através de uma repartição de custos entre a Cinemateca Nacional, detentora do espólio, e o Clube Náutico das Caldas de Aregos, foi possível converter para DVD os cerca de 258 metros que totalizavam os negativos do documentário, realizado por Armando de Miranda, um grande cineasta, que se destacou na realização de filmes que constituíram grandes êxitos como “José do Telhado” (1945) e “Capas Negras” (1947).
A apresentação deste “pergaminho” teve lugar na noite da passada sexta-feira, no antigo Celeiro de Caldas de Aregos, e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, António Borges, e do Presidente do Clube Náutico de Caldas de Aregos, Jorge Cardoso. Coube a Paulo Sequeira, um dos heróis desta feliz saga, dar a conhecer as diligências efectuadas para resgatar esta preciosidade da poeira dos arquivos e efectuar a respectiva contextualização histórica. O evento foi seguido com extraordinário interesse por uma numerosa assistência (refira-se que à mesma hora decorriam várias festas e programas culturais), incluindo alguns dos actuais frequentadores/aquistas.